Mediação do MPT entre vigilantes e patrões garante avanço nas discussões para o fim da greve

Um ponto percentual impede a retomada dos serviços

No fim da tarde desta quinta-feira (22/1), representantes do Governo do Distrito Federal, do Sindicato dos Vigilantes do DF (SINDESV) e do Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Sistema de Segurança Eletrônica, Cursos de Formação e Transporte de Valores do Distrito Federal (SINDESP), se reuniram com as procuradoras Soraya Tabet Souto Maior, Dinamar Cely Hoffmann, Juliana Carreiro Corbal Oitaven e Marici Coelho de Barros Pereira para buscar uma possível conciliação do movimento grevista dos vigilantes, iniciado na noite de quarta-feira (21/1). A Mediação foi solicitada pela Procuradoria Geral do Distrito Federal e pela Secretaria de Estado de Relações Institucionais e Sociais do Distrito Federal. Os sindicatos concordaram com a Mediação do MPT.

Segundo o Sindicato dos Vigilantes, a principal razão para deflagrar greve foi a questão da intrajornada. Os trabalhadores defendem a manutenção da jornada de 12x36, com intervalo. Já o Sindicato patronal alega que a jornada acaba transformando-se de fato, em 11x37, porque é obrigatório o intervalo de uma hora para refeição, e que em muitos pontos é preciso contratar efetivo para cobrir esse período.

“A solução é contratar horistas, que preencham esse período vazio, porém o Sindicato não aceita.”, afirma o representante patronal.

O SINDESV defende as conquistas obtidas ao longo dos anos e estabelecidas em Convenção Coletiva. O representante Reginaldo Nascimento não concorda com a contratação a tempo parcial, mas afirma que vai respeitar a legislação e que não vai incluir na convenção qualquer cláusula sobre o tema.

Outro ponto que motivou o debate foi em relação à Cláusula 32ª, que trata do afastamento por motivo de doença. Rogério Bandeira de Negreiros, representante patronal, afirma que a redação atual permite que muitos vigilantes se afastem do serviço aos custos da empresa, mesmo quando o problema é ocasionado fora do serviço, sem relação com a atividade laboral. “Eu não tenho conhecimento de acidente de trabalho. É raríssimo acontecer, e mesmo assim hoje eu tenho cerca de 50 empregados afastados”.

Ficou acertado que esta Cláusula será mantida e que o direito a estabilidade está garantido nos mesmos moldes.

Já o reajuste salarial enfrenta impasse de um ponto percentual. As empresas ofereceram 7%, enquanto os trabalhadores buscam 8%.

O GDF afirma ainda que não há como negociar pagamento superior ao pré-estabelecido em contrato com as empresas, pois qualquer mudança vai impactar nas contas do Governo. Segundo o Sub-procurador Geral Ernani Teixeira de Sousa, este ano é de reestruturação. “São 3,5 bilhões de dívidas. Nós esperamos que esse ano seja de organização”.

São 22 mil vigilantes atualmente em atividade no Distrito Federal, sendo 10 mil no GDF. O Sindicato dos Vigilantes garante que 30% do efetivo estão trabalhando, em especial nos pontos mais críticos, como os vigilantes de UTI ou maternidade.

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