Greve da CEB está perto do fim

Proposta construída na Mediação leva em consideração a grave crise da empresa

“A sociedade do Distrito Federal corre grave risco de ficar sem energia elétrica por meses”. A frase pode parecer exagerada, não fosse dita pelo próprio presidente da CEB Distribuição S.A., Ari Joaquim da Silva, em audiência conduzida pela procuradora Soraya Tabet Souto Maior, no Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal (MPT-DF).

O presidente afirmou que são dois problemas gravíssimos enfrentados pela Companhia: o endividamento crônico e os custos elevados de manutenção e de infraestrutura. Ele explica, por exemplo, que não há conserto imediato para o caso de uma subestação estragar e que levaria meses para resolver o problema, deixando a população sem energia elétrica.

O Sindicato dos Urbanitários no Distrito Federal (STIU-DF), presente na mediação, ressaltou a atuação da diretoria atual na busca de soluções para a crise. Segundo o advogado do STIU, Ulisses Borges de Resende, a CEB chegou a este patamar crítico em razão de administrações anteriores.

Ulisses Borges reforçou que a classe está comprometida a reerguer a Companhia, e que aceitaria a proposta realizada pela empresa para encerrar a greve, sem a recomposição desejada, desde que a negociação possa ser reaberta em novembro próximo.

O presidente da CEB disse ainda que tem “convicção de que os trabalhadores mereciam uma proposta melhor”, mas que ele é “obrigado a conduzir a empresa em uma situação caótica”.

Durante a audiência de mais de quatro horas, Sindicato e empresa mantiveram o diálogo em aberto e o MPT formalizou proposta, a partir da necessidade de ambas as partes, que será levada à assembleia da categoria e ao Comitê de Governança do Distrito Federal.

O documento prevê a manutenção do Acordo Coletivo de Trabalho 2013/2015, sem aplicação do reajuste previsto e com a exclusão de dois parágrafos.

Também oferece acréscimo linear de R$ 200 para todos os empregados, a partir de abril de 2016, abono de R$ 1.955,36 por meio de dois talonários de Ticket Alimentação (pagos em janeiro e junho de 2016).

A eventual diferença do INPC será objeto de negociação em novembro de 2016, com propósito de recuperar a perda deste ano, desde que a empresa alcance os resultados pretendidos no Plano de Transformação da CEB.

50% dos dias parados poderão ser compensados por meio de horas extras ou folgas a que os empregados tenham direito.

 

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