Educadores do Ensino Básico do DF se reúnem no MPT para discutir formas de combate ao trabalho infantil

Mais de 60 profissionais de educação, entre coordenadores, orientadores pedagógicos e professores, estiveram hoje (26/5) no Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal (MPT-DF), participando da Oficina MPT na Escola.

O evento foi organizado pelo MPT-DF, em parceria com a Subsecretaria de Ensino Básico da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEDF) e teve como objetivo principal difundir entre estes profissionais, a importância do papel dos professores nas escolas e nas comunidades carentes, na luta contra o trabalho infantil.

O Projeto MPT na Escola foi criado no estado do Ceará, em 2008. A iniciativa ganhou representantes em outros estados. Para o gerente nacional, Antonio de Oliveira Lima, procurador do MPT-CE, “o objetivo é conscientizar a sociedade a partir da comunidade escolar, para erradicar o trabalho infantil.”

Ele também destacou a importância das experiências locais para aperfeiçoar a abordagem de acordo com as diversas culturas brasileiras, sempre sensibilizando os educadores para que eles trabalhem como multiplicadores do Projeto. Só em 2015, já é a oitava Oficina realizada. Após sete anos de atuação, o MPT na Escola abrange hoje 359 municípios, com ações em 2.800 escolas, e tendo um alcance de 29 mil professores e 577 mil alunos.

Segundo a coordenadora central, Karla Verdade, "a Oficina foi muito bem planejada. O direcionamento dos conteúdos foi bastante objetivo e esclarecedor, com atividades dinâmicas, que facilitaram a participação de todos", avalia.

Em Brasília, a coordenadora do projeto é a procuradora Ana Cláudia Rodrigues Bandeira Monteiro. Ela ressaltou a importância da parceria estabelecida com a SEDF. Para ela, “não devemos nos enganar com a falácia de que trabalhar é melhor do que estar na rua. Criança tem de estar na escola. O período escolar é a base para o futuro de todas as pessoas e quem tem a infância roubada, na sua grande maioria, não alcança sucesso profissional”.

A orientadora educacional Erica Goulart, da SE-DF, afirma que “percebe quando o aluno apresenta quadro de trabalho infantil, indicando o trabalho infantil.” Para ela, o Projeto é de “extrema importância, pois ajuda a identificar, acompanhar e encaminhar o aluno às redes de proteção contra o trabalho infantil. O professor é responsável por mediar esse processo”.             

O procurador Antonio Lima lembrou os prejuízos aos jovens que trabalham: “A evasão escolar das crianças que trabalham e estudam é três vezes maior daquelas que só se dedicam aos estudos. Os educadores são quem mais convivem com as crianças, depois da família, e são fundamentais nessa luta.”

Todas as escolas participantes recebem vasto material que contém cartilhas de livre reprodução, além de vídeos educativos que representam a realidade brasileira, onde jovens ainda perdem suas infâncias dedicando tempo às atividades exclusivas de adulto.

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