Conselho Regional de Medicina do DF apoia Recomendação Conjunta dos MPs, que questionaram GDF sobre relaxamento das medidas de isolamento
Autarquia enviou Nota de apoio e solidariedade aos MPs e criticou a “liberação precipitada” de atividades no Distrito Federal
O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF), representado pelo seu presidente, Farid Buitrago Sánchez, enviou Nota de Apoio e Solidariedade à Recomendação Conjunta do Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Federal, Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e Ministério Público de Contas do Distrito Federal.
Na oportunidade, os MPs questionaram as medidas de isolamento do Governo do Distrito Federal, que, por meio de Decretos, afrouxou regras de distanciamento social e liberou setores não essenciais ao retorno das atividades, em momento que as estatísticas demonstram o agravamento do número de casos da COVID-19 no Brasil e no Distrito Federal.
Para o presidente Farid Sánchez, “as liberações precipitadas das atividades poderão gerar infecção em massa, bem como grave crise no sistema de saúde”. Ele afirmou apoiar a Recomendação dos MPs, destacando que “somente a prevenção, distanciamento social e cuidados indispensáveis, os governantes e a população podem auxiliar no controle dessa situação”.
Outro órgão a manifestar preocupação com a liberação das atividades econômicas foi a Ordem dos Advogados do Brasil – DF, por meio de seu presidente, Délio Lins e Silva Júnior.
Segundo Délio, a “intenção de se retomar diversas atividades aparenta caminhar na contramão dos dados técnicos publicados pelas autoridades competentes.”
Ele também destaca que “até o momento não foram demonstrados os critérios necessários para a liberação de diversas atividades, tendo em vista que os elementos de justificação do ato administrativo devem acompanhar também as suas restrições ou revogações”.
Confira a Nota de apoio do CRM-DF.
Sindmédicos-DF relata apreensão entre médicos
Em ofício encaminhado à procuradora Renata Coelho, do MPT-DF, o presidente do Sindmédicos do Distrito Federal, Marcos Gutemberg Fialho da Costa, ressaltou que há “apreensão” na categoria e demais profissionais da saúde, em relação a testagem desses profissionais para COVID-19, ao estoque de Equipamentos de Proteção Individuais e quanto à qualidade dos exames rápidos em uso pela Secretaria para testes em massa.
Segundo o presidente, “a utilização de testes de má qualidade, que possam apresentar quantidade elevada de resultados falso negativo, a insuficiência de EPIs e a falta de testagem nos profissionais de saúde é um dos aspectos possíveis de perspectiva de colapso no sistema de saúde”.
Na mesma linha, a presidente do Conselho de Saúde do Distrito Federal, Jeovânia Rodrigues Silva, recomendou ao governador do Distrito Federal que “continue adotando com rigor as medidas de isolamento e distanciamento social”.
Outro lado:
O governador Ibaneis Rocha respondeu à Recomendação Conjunta dos MPs. Ele garantiu que “todas as medidas adotadas até o momento se basearam em estudos técnicos dos respectivos órgãos competentes, sempre focando em dados estatísticos tanto do ponto de vista da saúde pública como da análise econômica e social da população desta Unidade da Federal.”